O que eu nasci para fazer

O que eu nasci pra fazer
E não é que fui surpreendida por Deus? Fui sim. Desde pequena sentia algo diferente em mim em relação à arte, e intuitivamente, sem influência de ninguém, eu me meti em tudo que foi possível com arte. Espetáculos de canto lírico, bandas de rock, mas nunca havia me sentido segura para cantar, então com 14 anos comecei  à me dedicar para dança. Aos 16 anos eu já era coreógrafa e levando meu grupo da época aos maiores festivais do estado. Lembro-me aos oito anos com minha mãe no teatro do CIC que disse a ela: mamãe eu vou estar nesse palco em breve, e dois anos depois estive.  Lembro-me aos 14 anos no Festival de Joinville que disse a minha dinda que muito em breve estaria naquele palco, e dois anos depois estive. Em seguida a história foi bem longa com a dança, fiz tudo que pude fazer, dei meu máximo nos estudos para ser uma grande dançarina e professora. Fiz coisas de todos os tipos, com diferentes danças. Sambei 8 anos e fui rainha de escolas de samba, etc. Estudei  nos Estados Unidos e até dei aulas na Europa. Desenvolvi minha própria marca e meu próprio método porque nunca achei nada que me representasse. E foi um sucesso, viu? Dei aula para muitas mulheres e senti que esse era meu caminho; Pessoas, sorrisos, olhares. Definitivamente é isso que me move e mexe comigo em todas as partes da alma.
Até me formei em jornalismo, em teatro e estudei coaching de vida; tudo por essa paixão pelas pessoas. Resolvi intuitivamente (como sempre) mudar de cidade! E mudei, saí cidade que tanto amo, onde está toda a história que construí com amor, por acreditar em algo maior que mais uma vez eu não sabia o que era, mas precisava seguir. Ter vindo a São Paulo foi difícil pelo meu comodismo, deixei minha casa, minha família MARAVILHOSA, minhas alunas, meus amigos, minha história; para vir em busca do que eu não enxergava.  Há um ano aproximadamente, logo depois da minha volta da última viagem a New York, meu coração começou a vibrar para eu voltar a cantar. O que fiz até meus 15 anos e tinha deixado de lado para me dedicar à dança. Eu comecei a ficar irritada porque sou movida pelo meu coração e de repente ele disse brutalmente e claramente que a partir daquele momento eu precisava CANTAR. “Oi? Como assim coração? 10 anos de dedicação a dança, e você me tira essa motivação e coloca tudo em algo que simplesmente não sou ninguém? Que não vivo?”
Foi muito difícil admitir! Muito mesmo! Fiquei pelo menos um ano nesse conflito absurdo dentro de mim. Conflito de crenças limitantes, conflito financeiro, afinal minha motivação para trabalhar somente com dança estava no chão. Conflito interno e milhões de questionamentos.  O pior de tudo foram as visões que continuo tendo. No mesmo instante que comecei a sentir no meu coração que deveria cantar, comecei a ter visões absurdas sobre mim que nunca tinha visto. Uma sucessão de acontecimentos absurdos totalmente incompatíveis com minha realidade. Pedi a Deus insanamente que me tirasse àquelas visões porque eu estava me sentindo totalmente maluca. É como seu eu tivesse sonhando o tempo todo e quando acordasse voltava pra realidade que não fazia sentido com o que via. Um ano e meio se passou e essas visões diminuíram, deve ter sido de tanto eu pedir a Deus. Mas sabe o que mudou? A minha fé em mim mesma. Comecei a estudar insanamente música, cantoras, cantar, treinar, de uma maneira que nunca havia feito antes. Aulas de canto incansáveis que estão me dando cada vez mais segurança para fazer o que nasci para fazer. A sensação é de PURA ALEGRIA. Eu descobri aos 25 anos que tudo que eu havia feito foi uma espécie de preparatório. Como se eu estivesse na escola da vida, na escola da arte, para tudo me fazer ser o que sou e sentir tudo que estou sentindo. O mais mágico é sentir dentro de mim a transformação. Eu acreditei numa loucura e isso se transformou em força, garra e fé.  Dentro de mim tudo faz sentido agora. Eu estava numa metamorfose para deixar de ser a dançarina e professora, para me tornar a cantora completa.  É assim que me sinto fortemente agora. Como se a base forte estivesse pronta.  Há uns seis meses atrás tive a mesma sensação que tive aos 9 anos com minha mãe. Estava no show da Ivete para assistir o amor da minha vida se apresentar com ela, e de repente veio à sensação forte que em muito breve eu estaria no palco cantando.  Senti uma segurança tão grande no que estava sentindo, que não seguir minha intuição seria um suicídio. Se Deus está me dando essa certeza é para eu acreditar mesmo que meu lado racional me deixe maluca, porque eu precisaria trabalhar e ganhar dinheiro. Colocar de lado minha alma e me coração eu não estaria sendo honesta comigo mesma.
Dentre todos os desafios e aprovações que vivencio diariamente, dentre a briga constante da minha emoção e da minha razão. Dentre as minhas exigências pessoais e profissionais, dentro o meu conflito realidade e sonho, EU ACREDITO NO QUE SINTO. Eu me vejo! Eu sinto tanta força dentro de mim! Estou me sentindo totalmente preparada artisticamente, mentalmente, fisicamente; com meu corpo, minha voz, meu coração e minha alma. Parece uma loucura sentir tudo isso, mas eu sei com toda certeza que o que nasci para fazer é CANTAR! Dançando sempre, atuando sempre, criando sempre, ousando sempre, inovando sempre. E que a sensação que tenho desde pequena que eu ia encontrar algo muito grande, que é meu, feito pra mim, que eu continuo sem saber o que é, está cada vez mais perto de mim, está cada vez mais forte pra mim, esta cada vez mais EM MIM. 

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